Relato de Experiência Fiocruz/ BIREME/OPAS/OMS

Relato de Experiência Fiocruz/ BIREME/OPAS/OMS Em álbum interativo com slides e áudios online: https://www.familysearch.org/photos/gallery/album/1049792?playSlideshow Em texto resumido: https://www.familysearch.org/photos/artifacts/155345899?cid=mem_copy História da Escola de Abordagem Terapêutica Intercultural Brasileira Sistêmica de Pics: https://www.familysearch.org/photos/artifacts/155437740?cid=mem_copy

Relato de Experiência "APS Forte"

*Relatório Sistêmico do Laboratório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Lab-Pics) em 2022* Encaminhado para o prêmio "APS Forte" OBJETIVOS Objetivo Geral Expandir ações da Escola Sistêmica Híbrida de Santa Cruz Cabrália para ofertar cursos, vivências e capacitações de desenvolvimento pessoal e harmonização com a filosofia sistêmica. Objetivo Específico 1 Oferecer inicialmente oito módulos opcionais, com certificação aos participantes, de auto-cuidado, formação de reiki, toque sistêmico, comunicação sistêmica, prática corporal sistêmica, meditação sistêmica, cuidado sistêmico e prática circular sistêmica. 2 Oferecer suporte online através de rodas virtuais nas redes sociais, ligados ao Programa Voluntário de Apoio e Promoção de Saúde Integral. 3 Registrar atividades em conformidade com o laboratório sistêmico ligado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia. 4 Realizar atividades intersetoriais de correlação entre as secretarias de saúde, educação, desenvolvimento social, turismo, cultura, meio ambiente e qualquer outra do interesse da gestão. 5 Realizar vivências terapêuticas com profissionais da prefeitura, cuidadores, trabalhadores das empresas cadastradas na escola sistêmica. MÉTODOS A divulgação e ofertas dos cursos oferecidos foram realizadas na plataforma do Programa de Apoio e Promoção de Saúde Integral, onde também ficaram arquivadas algumas das postagens e documentários produzidos, através de arquivologia digital em nuvem gratuita. As aulas sistêmicas foram executadas via sala no aplicativo gratuito google meet, após divulgar o link nos grupos virtuais institucionais específicos, onde foram reunidos os contatos matriculados nos cursos, nos aplicativos telegram e whats app. O controle do desempenho dos discentes foi feito via planilhas digitais do google, sempre monitoradas pela gestão e por cartões de aprazamento, registrados à mão pelos discentes e rubricados pelo docente após o cumprimento das tarefas. As apresentações, seminários, conferências, oficinas e demais eventos online da rede foram divulgados e realizados através da mesma plataforma e rede virtual. Foi realizado acolhimento e cadastro online através de bancos de dados gratuitos do google, seguido de apoio e acompanhamento através das dinâmicas e anúncios de eventos das rodas virtuais. Foi construída planilha do google com informações sobre o público alvo coletadas por esforços voluntários. Foram promovidas reuniões regulares online ou presenciais com as secretarias envolvidas, de acordo com as possibilidades da gestão. As vivências foram realizadas sob a supervisão do Serviço Social e Enfermagem do NASF/Npics de Santa Cruz Cabrália, tanto no seu respectivo Espaço físico dentro da Clínica Municipal de Reabilitação e Fisioterapia, quanto virtuais e nos Espaços cadastrados no Programa de Saúde Integral, como o Espaço Korihé, Instituto Terra Máter, Espaço Flor de Lótus, Vila Criativa e Base de Canoagem Havaiana da CPP Extreme. Nas redes sociais como whatsapp e Google meet, foram utilizadas a condução de oficinas de auto massagem, meditação reikiana e sistêmica, a abordagem integrativa indígena Korihé, assim como a Terapia Comunitária Integrativa e a Constelação Familiar Sistêmica. As abordagens em Grupo utilizaram os espaços virtuais do whatsapp, facebook, youtube e instagram do Programa Voluntário de Promoção de Saúde Integral, que já atua em parceria online com a Prefeitura de S. C. Cabrália há vários anos. Por conta das demandas dos atendimentos na pandemia, iniciei a realizar abordagens através de listas de transmissão com contatos de moradores cadastrados em Cabrália, divididos entre os temas solicitados, ainda em construção coletiva (Pics em geral, emagrecimento, realização profissional, dor crônica, relacionamentos saudáveis, resiliência, controle da raiva e agressividade, angústia espiritual). Com relação aos atendimentos presenciais, onde foram pactuados e desenvolvidos Projetos Terapêuticos Singulares (PTS), com a equipe do Nasf e foram acolhidos alguns casos, com sessões terapêuticas sistêmicas. Relatando um pouco mais a respeito dos métodos adaptativos que utilizamos, buscamos priorizar o uso das redes sociais e outros recursos à distância, que conseguissem abranger os princípios da atenção psicossocial. Os técnicos da estratégia de saúde da família e o atendimento online dos psicólogos conseguiram rastrear e captar muitos dos casos que não conseguiram desenvolver a autonomia da cura com medidas caseiras para a resiliência emocional. Alguns precisaram arriscar-se à atendimentos presenciais na Sala do Nasf, na Clínica de fisioterapia, que foram desenvolvidos uma ou mais vezes por semana, quando solicitado pelo Serviço social, em casos prioritários, ou nas Unidades de Saúde da Rede e nestas circunstâncias, em casos classificados como necessários para desenvolvimento de Projeto Terapêutico Singular, foram introduzidas Pics em associação à abordagem psicológica, como exemplo a Auriculoterapia da Medicina Tradicional Chinesa, Shiatsu, Constelação Familiar Sistêmica e Imposição de Mãos/Reiki presencial ou à distância. Foram atendidos presencialmente alguns casos encaminhados, acompanhados pelos Psicólogos, Patrícia e Anderson, com sessões terapêuticas. Foram encaminhados alguns casos também pelos médicos e odontólogos, para avaliações sobre sessões de reiki ou constelação sistêmica. Foram atendidos presencialmente alguns casos, que não aderiam ao atendimento com a psicologia. Foram atendidos casos do Programa "Cuidando do Cuidador", onde não foram abertos prontuários, pois os servidores envolvidos desejavam que não houvessem registros. As sessões terapêuticas sistêmicas presenciais foram executadas para um grupo de pessoas, que nos forneceram o cartão SUS, e receberam acompanhamento diário ou semanal através de rodas sistêmicas no Whats App, tanto do voluntariado do Projeto Social parceiro, quanto grupos criados pela equipe do Nasf, com o propósito de educação popular, incluindo as Pics. De forma sistêmica, foi expressa profunda gratidão, tanto aos gestores, quanto à todas nossas equipes da rede APS e especialmente pela entrega dos que receberam nossos cuidados, científicos, holísticos e tecnológicos. RESULTADOS Do ponto de vista técnico-científico, o ano foi especialmente importante, pois conseguimos expandir ações da monitoria do Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia para a Atenção Básica, adaptando o uso conjunto destas técnicas à novas associações com a abordagem da Psicologia da ACP e da TCC (No Caps, já havíamos integrado as Pics à psicologia transpessoal, à Fisioterapia e ao Serviço Social), assim como à Educação Física. Continuar otimizando a associação das 29 pics cadastradas pelo Ministério com outras abordagens e as intervenções da equipe interdisciplinar, também é uma das metas do Lab-Pics para 2022. A partir do momento em que foi inaugurada a Clínica de Reabilitação e Fisioterapia, com uma sala para o Nasf, as forças, atenção e energias tanto da Enfermagem e Serviço Social do Nasf/Npics como de alguns voluntários e estudantes da Escola Energético- Sistêmica que foi organizada pela Atenção Básica, estiveram voltadas ao desenvolvimento das atividades do Laboratório Sistêmico de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Lab-Pics). Foram ministradas aulas teóricas online e práticas vivenciais de um curso de reiki, toque terapêutico Sistêmico e integrativo, para profissionais, voluntários e usuários do SUS. Foram formadas classes para estudar e praticar aspectos da abordagem sistêmica, como a comunicação, meditação, práticas corporais e cuidado sistêmico. Foram alcançados excelentes resultados, como mérito de um belo esforço coletivo e não egóico. Em meio à uma verdadeira "batalha invisível", a um "combate emocional", vivenciado por nossos pacientes, ainda em período pandêmico, conseguimos coletar explêndidos relatos e evoluções bem sucedidas em casos que foram atendidos utilizando Pics através da internet e especialmente em alguns casos, atuando ao lado da Assistente Social e a Psicóloga do NASF e os demais psicólogos, da Policlínica e Caps. Nossa profunda gratidão, Diego da Rosa Leal Enfermeiro e Professor Sistêmico Laboratório Vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia (Npics/Geppics/UFSB) Prefeitura de Santa Cruz Cabrália

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL - Bárbara Juliane S. B. Couto, 6o período de Enfermagem.

Como tem progredido a maneira de se tratar um doente mental, a equipe multidisciplinar que é levantada para cuidar do paciente como um todo, o olhar humanizado, o acolhimento familiar, em fim, muitas coisas estão mudando desde o sancionamento da Lei Federal do Brasil 10.216 de 06/04/2001, na qual garante ao doente alguns direitos tais como: proteção, respeito, informações sobre sua doença e etc. Contudo, vale ressaltar que para chegar até aqui não foi nada fácil, pais, mães, filhos, irmãos, tios, por alguma razão foram internados em manicômios que abusavam de todas as formas da integridade dessas pessoas, mantiam-nas vítimas de todos os crimes imagináveis que envolviam torturas, enjaulamentos, enclausuramentos, eletro-choques sem falar nos chutes, murros e uso excessivo de medicamentos. Como tratar de um ser humano usando esses métodos? E porque até hoje ainda pode-se encontrar hospitais psiquiátricos que trabalham assim? É complicado entender que existe uma Lei e mesmo assim o número de óbitos em tais hospitais são assustadores. Muitos abrem a boca para criticar os projetos implantados e que estão dando um retorno positivo como é o caso do CAPS, más poucos se dispõem para se especializar no assunto e lutar a favor deste público que vem crescendo absurdamente. Vamos fazer a diferença quando deixarmos nosso egoísmo de lado, buscando olhar verdadeiramente uma pessoa não como um doente mais um ser que precisa muito de ajuda,  atenção, carinho, respeito e ter de volta sua dignidade que foi roubada a muito tempo atrás.

Qual o papel do enfermeiro na reforma psiquiátrica? - Discente: Vandeli Vasconcelos Viana


A reforma psiquiátrica no Brasil começou no final da década de 70 e início da década de 80, período que marcou o final da ditadura militar. Desde então, passaram-se três décadas, onde muitos estudiosos como Foucault, Goffman, Castel tiveram muita influência com seus estudos.
Em 1987 foram criados os núcleos de Atenção Psicossocial ( NAPS), que hoje são conhecidos como CAPS, onde uma equipe multidisciplinar, que tem o enfermeiro como um dos membros, oferece  atendimento e cuidado a pessoas com problemas mentais.
Considerando a atuação do enfermeiro em saúde mental, pode-se dizer que, está havendo uma transição entre a prática de cuidados oferecidos em hospitais para um mundo de descobertas com novos princípios, onde a maioria dos enfermeiros não se sentem preparados para atuar em enfermagem psiquiátrica, tendo em vista, a carência de estudo sobre o perfil do enfermeiro que trabalha na área psiquiátrica em saúde mental.
É percebido que os enfermeiros conhecem apenas alguns aspectos da reforma psiquiátrica no Brasil, no entanto, sabemos que é de fundamental  importância que o cuidado oferecido pela equipe de enfermagem seja baseado em uma relação respeitosa com esses pacientes, para possibilitar mudança nas atitudes destes indivíduos, de modo que eles se sintam envolvidos no processo e participem das decisões que lhe dizem respeito.
A enfermagem tem direcionado seu papel para atividades administrativas, impossibilitando assim, uma assistência integral, com rotinas que atendam as necessidades do individuo com transtorno mental.
A portaria ministerial nº 224 de 1992, estabelece que o  enfermeiro deve criar e manter ambiente terapêutico, aproveitando de todos os recursos humanos e materiais para oferecer ao paciente um ambiente acolhedor, bem como, assistir o paciente oferecendo promoção e manutenção de saúde.
A enfermagem precisa atentar para o fato de que, a maior parte de seu tempo deve ser empenhado em cuidado e não em tarefas burocráticas.

Reforma Psiquiátrica. Por: Luísa Silva Oliveira


O hospital psiquiátrico foi criado em 1903 em Minas Gerais, na época, ia para a cidade Barbacena quem estivesse no pior estagio da “loucura”. No inicio do século XX logo após a inauguração do hospital, chegava à cidade trêm, lotados de pacientes de todos os lugares do Brasil, acolhiam alcoólatra, sem teto, portadores de deficiência física e pessoas com distúrbios e ou transtorno.

Os chamados “loucos” viviam presos, amarrados, enjaulados, torturados, humilhados, abandonados, acorrentados, com camisa de força, eram um grande desrespeito aos direitos humanos.

No manicômio eles além do que já foi citado acima, havia choque térmico e choque elétrico, super dosagem de medicamentos, a comida não tinha sabor era fria e jogada no chão para eles como se fossem animais, não tinha colheres nem pratos comiam de mão.

Houve 60 mil morto, o índice era tão alto que se transformou em um processo lucrativo, para interesses escusos, tornando-se o maior fornecedor de cadáveres para escolas de medicina de todo o país.

A luta antímanicomial nasceu em 18 de maio onde se tornou o dia nacional do movimento contra a luta antímanicomial e com isso a criação do CAPS (centro de atenção psiquícossocial). No entanto em 2006 mais de 840 CAPS no Brasil, surgindo esperança, inclusão, dinâmica de grupo. O que em 50% de gastos em hospitais montara-se a rede de trabalho substitutivo localizado no Paraná.

A situação começou a mudar na década de 70 e ou 80 onde Barbacena fez uma demonstração disso em 1991 no carnaval quando 300 internos do hospital saíram em blocos da cidade.

Hoje a reforma psiquiátrica pretende modificar o sistema de tratamento clínico eliminando gradualmente a internação como forma de exclusão social, construindo assim um novo estatuto social que garante a cidadania, o respeito e sua individualidade, promovendo sua inclusão não só nos seus direitos como em seus deveres com cidadão.

Assim a sistematização de enfermagem atua como principal recurso o aprofundamento do conhecimento das condições físicas e emocionais do paciente em busca da reabilitação psícossocial. Sendo o foco principal de o enfermeiro dirigir as metas e basea-se na avaliação, diagnostico, planejamento, implementação e evolução desse paciente. E sempre fazendo uma educação continuada tanto para o paciente quanto família.

Portanto a sistematização de enfermagem passar ser fundamental, tornando-se base para obter uma assistência planejada, padronizada, individualizada e de qualidade, sendo este um trabalho em equipe.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

PARA SE TER UM PAÍS DECENTE A REFORMA DEVE COMEÇAR NAS MENTES - MARIA AUXILIADORA LOPES SOARES


QUAL O MEU PAPEL NA REFORMA PSIQUIÁTRICA?
Pela idéia de defesa aos direitos humanos e de resgate da cidadania dos que carregam transtornos mentais, iniciou-se o movimento da luta antimanicomial; aliado a luta nasce o movimento da reforma psiquiátrica. Como o principal objetivo que era construir um estatuto social para o doente mental, não aconteceu, os que têm transtornos mentais ainda estão sendo tratados como "pinel".
Vivemos no meio a uma sociedade desequilibrada e por causa dela aumenta a cada dia pessoas com problemas mentais. 
Nos CAPS não, são somente encontrados os transtornados mentais que babam e tem ataque de fúria, vivendo sem poder expressar os seus sentimentos. Há também professores, policiais, motoristas, empresários, gente que, assim como nós, com ou sem explicação estão surtando. 
Como nós, "normais", pessoas de uma sociedade doentia podem ter preconceitos se amanhã quem sabe um desses preconceituosos possa estar do outro lado. 
Outro exemplo de preconceito é com o pobre, pois se o diazepam for tomado por um rico é "calmante" ; se é para o pobre é "remédio de doido". E quanto ao tratamento, quando se fala em procurar um psicólogo dizem que aquela pessoa está doida, não vêem que é um profissional disposto a nos ajudar e nos fortalecer a viver numa comunidade perigosa e estressante para não chegarmos a seremos os "loucos" de amanhã.
O papel na reforma psiquiátrica já está começando em minha vida, a partir deste texto, porque se deve trabalhar a mente da sociedade para assim construir um conceito de que qualquer pessoa da população pode ter problemas mentais e psicológicos. Devemos tentar mudar a mentalidade das famílias, pois a lição maior começa em casa.
Assim, o papel principal do enfermeiro da psiquiatria é o de estabelecer uma relação terapêutica com o paciente. Os cuidados evoluíram de físicos exclusivamente para o de competência no relacionamento interpessoal, nas instituições públicas a circulação dos pacientes é livre e aberta, participam das decisões, podem optar pelo tratamento, este não se concentra somente na terapêutica farmacológica, o cuidado do enfermeiro é o direto, mas, na prática o cuidado é indireto. Trabalho este que não vêm sendo realizado  corretamente, quanto à relação terapêutica; parte delegada aos outros integrantes da equipe de enfermagem. As mudanças que aconteceram foram no sistema, nas instituições de psiquiatria.
 Deve-se buscar promover o bem estar do ser humano com o comportamento de compaixão e solidariedade, respeito, dignidade, amor ao próximo e  conhecer sobre os transtornos mentais. Esta é a base para a reforma que começará nas mentes de cada um e terminará nos corações de todos os brasileiros que procuram viver em um país mais humano e feliz.

sábado, fevereiro 25, 2012

O sonho da Reforma Psiquiátrica - MARCELA ALVES FERNANDES/ 7º Período


Observa-se, na atualidade que no passado do país as pessoas portadoras de transtorno mental eram exclusas e retiradas da sociedade. Sem nenhum tipo de planejamento e conhecimento do real diagnóstico das mesmas sendo, assim, remetidas a sanatórios que não possuíam estrutura física, higiene, alimentação e principalmente profissionais da saúde capacitados e comprometidos em ajudar na reabilitação dos pacientes, uma vez que pouco se sabia sobre a mente humana, chegando até mesmo ao ponto de acreditar que as pessoas com transtorno mental eram possuídas por espíritos ruins.
Assim, no intuito de se tentar reverter e/ou amenizar as situações sub-humanas que os acometidos por problemas mentais eram submetidos foi inaugurado em março de 1987, no estado de São Paulo o centro de atenção psicossocial (CAPS), o qual tem por objetivo reabilitar e reinserir na sociedade os portadores de doença mental. Porém o mesmo não surtiu grandes mudanças junto ao tratamento dos pacientes, necessitando de mais investimento financeiro, cientifico, e profissional. 
Devido aos inúmeros relatos de assistência precária e tortura junto aos pacientes foi promulgada em 06 de abril de 2001 a lei: 10.216 sobre a reforma psiquiátrica a qual dispõe sobre os direitos da pessoa portadora de transtorno mental e direciona o modelo assistencial em saúde mental, que são assegurados sem qualquer tipo de discriminação.
Pode-se, afirmar que mesmo com o surgimento de todas estas modificações em volta do atendimento, a saúde mental muito ainda se tem para trabalhar e alcançar os objetivos da tão sonhada reforma psiquiátrica, pois se está diante de um país composto por pessoas preconceituosas e egoístas. O que contribui fortemente para a falta de respeito e compreensão da sociedade sobre as vivências do ser patológico.
Por conseguinte, como hipótese desta situação horrenda que se encontra a saúde mental do país, se vê a conscientização dos governantes sobre a importância da capacitação, incentivo e educação permanente junto aos profissionais de saúde, em especial os da área de enfermagem, por já possuir uma maior amplitude sobre a sistematização da assistência de saúde de uma forma mais humanizada e digna. Fato este que auxilia no estabelecimento de um vínculo maior entre o profissional, paciente e a família. Possibilitando uma melhor abordagem sobre as reais necessidades de tratamento do paciente, os quais muitas vezes só necessitam de um pouco de atenção e diálogo. 

A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA REFORMA PSIQUIÁTRICA - Solange Bonella


            A história da assistência de enfermagem em psiquiatria e  saúde mental foi permeada ao longo dos tempos pelo senso comum, controle, punição, abandono, entre outros. Frente à proposta da Reforma Psiquiátrica que prevê a assistência aos portadores de sofrimento psíquico por meio de uma rede de atenção psicossocial, emergiu a necessidade do repensar das práticas de enfermagem que pudessem atender a essa necessidade.
               Através da Consulta de Enfermagem, aplicada a pacientes recém-admitidos,  estabelece-se o relacionamento enfermeiro/paciente, o qual resulta num vínculo que se faz presente durante todo o período de tratamento. O processo aplicado consiste numa entrevista individualizada, obedecendo a um roteiro pré-estabelecido, porém dando liberdade de resposta ao paciente e possibilitando ao enfermeiro expôr suas preocupações e elaborar um plano de cuidados específicos a ser sugerido pela Equipe de Enfermagem.
                A individualidade do paciente é o ponto central do processo e o enfoque está no ouvir e compreender a pessoa, bem como interagir com ela. Trata-se de um plano assistencial de cuidados integrais e individualizado, administrado de forma humanizada, competente e contínua.
               O papel do enfermeiro psiquiátrico consiste de um conjunto de comportamentos adotados por ele, no momento em que interage profissionalmente com outras pessoas para assisti-los. Sua atuação efetiva, envolve um conjunto de funções podendo ser sintetizadas em criar e manter um ambiente saudável, terapêutico que facilite e propicie o desenvolvimento do ser humano; manter relações interpessoais terapêuticas com o usuário/cliente, individualmente ou em grupos. Assim, este trabalho enfatiza a importância da sistematização da assistência de enfermagem,  na área da saúde mental, como um recurso a mais para aprofundar o conhecimento das condições de saúde física e emocional do paciente em busca de reabilitação psicossocial.

Reforma Psiquiátrica e a Sistematização de Enfermagem - Andrielly Lima Boone


Os quatro vídeos relatam sobre a realidade manicomial no Brasil, baseada no Movimento de Luta Nacional Antimanicomial e da Reforma Psiquiátrica. Os vídeos mostram como os pacientes eram tratados, o desrespeito aos direitos humanos, a humilhação, o abandono, as torturas que eram submetidos, a exclusão, o enjaulamento, esquecimento, a solidão,  a revolta.
Ao se tratar de uma pessoa com transtorno mental, logo vêm à mente imagens de pessoas desequilibradas, mais precisamente, loucas. Além dessas consideradas loucas, as excluídas pela sociedade por ter alguma deficiência, alcoólatras, enfim, que não eram adequadas para a convivência no meio social, eram mandado para manicômios, e ali eram esquecidas e tratadas da pior maneira, humilhados.
No documentário a “A Casa dos Mortos” vimos os três destinos reservados aos doentes mentais que cometem crimes no Brasil. Sendo, os ciclos intermináveis de internações, suicídio ou a sobrevivência em prisão perpétua, como exemplos, Jaime, Antonio e Almerindo, cada um com sua sina, cujas trajetórias a narrativa é construída a partir dos três atos criados por Bubu em seu poema homônimo, estes contam a realidade macabra dos manicômios judiciários.
A reforma psiquiátrica surge como proposta para reestruturar o sistema de tratamento clínico da doença mental, derrogando de modo gradual a internação como forma de exclusão social, visando à integração da pessoa que sofre de transtornos mentais à comunidade. Esta contribuiu para transformar práticas, saberes, valores culturais e sociais, ressaltando o direito que essas pessoas têm de ter uma assistência inclusive de enfermagem de forma digna e humana.
A Sistematização da Assistência de Enfermagem tem como ponto central guiar as ações de enfermagem a fim de que possa garantir um levantamento completo dos problemas e atender as necessidades individuais do cliente-família-comunidade. Dessa forma, o enfermeiro deve criar e manter um ambiente saudável, terapêutico que facilite o atendimento.
De acordo com Beteghelli et al., (2005), é imprescindível que o enfermeiro mantenha uma comunicação eficaz com o doente mental, estabelecendo vínculos para um relacionamento baseado na confiança e segurança. Assim, o doente mental pode falar de si e de seus problemas, com leveza e tranqüilidade, depositando cada vez mais credibilidade na assistência de enfermagem.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

REFORMA PSIQUIÁTRICA - Adriana da Silva Machado/ 7º enfermagem


A maioria das pessoas quando ouvem falar em psiquiatria logo imaginam doentes mentais agressivos e sem condições de se reabilitarem. Isso foi pregado  por muito tempo dentro dos manicômios onde seres humanos eram tratados como indivíduos sem personalidade, sem sentimentos e sem perspectiva de cura.
Ao decorrer dos anos e após várias reivindicações que buscavam mostrar o outro lado da saúde mental, as pessoas ali aprisionadas começaram ser reabilitadas, dentro de suas limitações e ter uma qualidade de vida adequada. isso só foi possível graças e Reforma Psiquiátrica que caminhou a passos lentos mas muito eficazes.
Hoje a saúde mental conta com instrumentos poderosos para contribuir para a melhoria  dos pacientes. Assim como o tratamento psiquiátrico a assistência de enfermagem passou por mudanças e se reestrurou. Hoje os enfermeiros contam com a SAE, que é um instrumento fundamental , e através dele que os enfermeiros podem trabalhar de forma holística que já é um propósito da enfermagem como também permite ofertar um tratamento continuado e diferenciado para cada paciente.
Através da SAE temos a oportunidade de detectar as necessidades fisiológicas, emocionais e psíquicas, que podem afligir o paciente e ofertar o melhor tratamento. As mudanças que ocorreram através da reforma psiquiátrica como o regime aberto e as casas para abrigar esse indivíduos é um passo grande e de suma importância para a evolução do tratamento psiquiátrico. Hoje muitas pacientes tem a oportunidade de serem assistidos dentro das suas reais necessidades e muitos têm a oportunidade de voltar a sua vida “normal”, resgatando sua dignidade deixando de ser tratados como um "estudo social", mas como uma pessoa que requer tratamento  diferenciado.

Érico Shigeto - Reforma Psiquiátrica no Brasil - Qual o papel da Enfermagem?

 Antes  da  Reforma  Psiquiátrica portadores  de  deficiência  mental  eram isolados - “exclusos” - da  sociedade em  Manicômios  e  Hospícios;  sofriam  torturas  como o eletro-choque,  choque  térmico  e  contenção  física,  maus  tratos,  superdosagem  de medicamentos  intensionadas  a  manter  o  paciente  dopado. Sofriam  enclausuramento, enjaulamento;  eram  humilhados, abandonados  (até  mesmo  por  seus  familiares  que  não sabiam  lidar  com  a  situação  ou  por  vergonha  de  seu  ente),  perdiam  seus  direitos,  sua identidade como pessoa, como ser humano.
A  Reforma  Psiquiátrica  no  Brasil  veio  para  modificar  a  forma errônea  de prestar assistência  a  pessoas  portadoras  de desordens psíquicas mentais. Essa  transformação teve início na Brasil na década de 70 com o movimento chamado Reforma Psiquiátrica, que visava  um  cuidado  especial,  qualificado,  voltado  para  pessoas  com  desordens mentais  fora  do  ambiente  isolador  dos Hospícios  e  Manicômios  e  suas  práticas desumanas. 
O papel  de  Enfermeiro antes  da reforma era  mais  de  um  cuidador  observador, responsável por vigiar e registrar mudanças de comportamento nos pacientes, promover medidas  de  higiene,  conforto,  administração  de  medicamentos, vestuário,  nutrição, contenção  (tarefa  esta  dos  profissionais de enfermagem, na maioria do sexo masculino,  por  sua  força  física  ser  maior  que  a  das
mulheres). Surgem  então  os  Centros  de  Atenção  Psicossocial  CAPS -  Ambulatórios Especializados  e  Hospitais  Públicos  com  serviços  em  saúde  mental,  transformando, mudando  e  gerando  assim uma nova história,  um  novo  contexto  de  assistência  a portadores  de  deficiência  mental,  assim  mudando  também  a  nossa  política  de  saúde mental. O  CAPS visa um  serviço  com  instalações permanentes para  cada  Município e, para tal, trabalhadores tiveram de ser capacitados de  maneira a se qualificarem para tal serviço.
Infelizmente,  esta  reforma não  conseguiu alcançar todo  o  território brasileiro, existem ainda regiões onde não há um CAPS, ou qualquer outro tipo de assistência aos portadores de desordem  mental,  onde  os  mesmos  ainda vagam  pelas  ruas  ou ficam reclusos em seu âmbito familiar. Por isso vale ressaltar a importância da capacitação do profissional Enfermeiro para poder assistir esta lacuna ainda existente na área de saúde em certos municípios, bem como também para identificar esses portadores em diversos setores de promoção da saúde.

EMMANUELY STÉPHANY QUEIROZ VIEIRA - RESENHA CRÍTICA: A REFORMA PSIQUIATRICA


A Reforma Psiquiátrica e a Sistematização da Assistência de Enfermagem
O movimento pela reforma psiquiátrica tinha como objetivo a luta pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso pais. O que implicava na superação do modelo anterior, o qual não mais satisfazia as pessoas. Sendo visto com uma injustiça aos portadores de algum transtorno, eram tratados como animais enjaulados, e eram colocados nos manicômios. Por isso a reforma psiquiátrica veio com intuito de modificar o tratamento com o sistema de tratamento clínico da doença mental, eliminando, de maneira gradual a internação como forma de exclusão social.
A Reforma Psiquiátrica pretende construir um novo estatuto social para o doente mental, que lhe garanta cidadania, o respeito a seus direitos e sua individualidade, promovendo sua contratualidade (resgate da capacidade do sujeito de participar do universo das trocas sociais, de bens, palavras e afetos) e sua cidadania, inclusos aí não só seus direitos como seus deveres como cidadão.
Reforma Psiquiátrica no Brasil deve ser entendida como um processo político e social complexo. Na década de 70 são registradas várias denúncias quanto à política brasileira de saúde mental em relação à política de privatização da assistência psiquiátrica, por parte da previdência social, quanto às condições (publicas e privadas).
Em todo o Brasil cerca de 23 milhões de pessoas (12% da população) necessitam de algum tipo de atendimento em saúde mental. Calcula-se que 6% deste total tenham transtornos mentais bem estabelecidos e 3% tenha transtornos mentais graves e persistentes. Segundo a Associação de Psiquiatria as doenças mais comuns dessa área estão relacionadas à depressão, ansiedade e aos transtornos de ajustamentos.
Os distúrbios mentais ou comportamentais também atingem mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 60% dos países desenvolvem políticas públicas específicas para o tratamento desses transtornos.
A trajetória das políticas públicas para portadores de transtornos mentais no Brasil caminha entre a exclusão histórica e o processo de reinserção desses pacientes na sociedade, através da construção de uma rede de serviços comprometida com a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.
Em 2001, a aprovação da Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei 10.216/2001) iniciou um novo processo no atendimento dos pacientes. A nova lei instituiu a substituição do atendimento em hospitais psiquiátricos – que em muitos casos tinham características asilares – por serviços abertos e de base comunitária.
A rede substitutiva inclui a criação de Centros de Atendimentos Psicossociais (Caps), Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf´s), residências terapêuticas e ampliação no número de leitos psiquiátricos em hospitais gerais.
A lei regulamenta os direitos do portador de transtornos mentais, veta a internação em instituições psiquiátricas com característica de asilo e cria programas que propõem um tratamento humanizado.
Contudo, a reforma psiquiátrica é de suma importância, pois ela traz desinstitucionalização com decorrente desconstrução do manicômio e dos paradigmas que o sustentam. A substituição progressiva dos manicômios por outras práticas terapêuticas e a cidadania do doente mental vem sendo objeto de discussão, não só entre os profissionais de saúde, mas também em toda a sociedade. A reforma Psiquiátrica ainda não aconteceu em muitos lugares, logo é um cenário desafiador, que deve contar com profissionais verdadeiramente comprometidos na realização de seu trabalho.
A Sistematização da Assistência de Enfermagem é a essência da prática da Enfermagem, instrumento e metodologia da profissão, e como tal sempre ajuda o enfermeiro a tomar suas decisões, prever e avaliar conseqüências. A elaboração da Assistência de Enfermagem é um dos meios que o enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos técnicos, científicos e humanos na assistência ao paciente e, caracterizar sua prática profissional colaborando na definição do seu papel como profissional, ajudando sempre na recuperação de um cliente apresentando algum transtorno psiquiátrico.
Para contextualizar a sistematização de enfermagem de forma eficaz, é preciso que o enfermeiro, ao utilizar o processo de enfermagem, enfocando o diagnóstico de enfermagem, tenha melhores subsídios para as intervenções na problemática dos aspectos psicoemocionais apresentados pelos doentes mentais. Sendo assim a sistematização de enfermagem psiquiátrica funciona como uma ferramenta útil e importante que na tentativa de construir um exercício mais eficaz na enfermagem psiquiátrica.
Conclui-se dizer que a SAE na psiquiatria é reflexo da Reforma Psiquiátrica Brasileira, numa tentativa de compreender melhor o outro, e buscar auxílios para a sua reinserção psicossocial. 

Trabalhos relacionados à Reforma Psiquiátrica

Caros Acadêmicos;

Aqueles que quiserem, podem colocar seus trabalhos como comentários, a partir dessa piblicação.
Os que quiserem podem continuar me enviando por e-mail.
Prof. Diego Leal.