Em uma visita domiciliar
do ACS, em conversa com a mãe verificou-se que a mesma estava com um sério
problema com sua filha que tinha um grave transtorno psiquiátrico e se negava
aderir ao tratamento. Paciente encontrava-se agressiva, insinuando ameaças,
obrigando assim a sua mãe amarrá-la, depois de vários episódios onde se foi
quebrado muitos pertences da residência. O ACS comunicou o fato a Unidade de
Saúde, mobilizando a equipe a uma visita domiciliar, as quais compareceram:
médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e o ACS; os mesmo tentaram de
inúmeras formas persuadirem-la para que se tomasse a medicação, dificultando
ainda mais o atendimento. Após muita persistência a paciente aceitou a
medicação, na condição de ser solta. Já medicada com Prometazina e Haloperidol
a paciente foi solta, pois já se encontrava calma, tranquila, orientada e não
apresentava perigo algum a sua mãe, pelo ao menos sob o efeito da medicação.
FACULDADES
INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA
CURSO
DE ENFERMAGEM – 7º PERÍODO
PATRÍCIA
REZENDE DA SILVA
SAÚDE
MENTAL II
PROFESSOR -
DIEGO DA ROSA LEAL
ESTUDO DE CASO 1
S.T.A portador de
esquizofrenia, com histórico de agressão familiar (no papel de agressor), já
manteve relações sexuais com C.T.P sua
irmã mais velha, e estuprou outra irmã S.M.N, quando esta tinha 14 anos.
S.T.A foi expulso de casa por seu pai após o divórcio dos genitores, em
companhia de três irmãos mais jovens (C.P.T e dois adolescentes, masculino de
15 e13 anos) S.T.A, incendiou a residência na zona rural, forçando a família a
migrar para a zona urbana, em vários episódios, agrediu com tapas e socos seus irmãos
mais jovens e ameaçou com armas brancas C.P.T. Sua genitora já foi internada
duas vezes em hospitais psiquiátricos.
S.T.A, recusa-se a usar os medicamentos prescritos e freqüentemente, invade igrejas e
estabelecimentos interrompendo cultos e dizendo coisas obscenas, e também o
mesmo já masturbou-se no meio da sala, na presença da mãe e da irmã, as duas freqüentemente
procuram os profissionais do CAPS para queixarem-se expressando o temor de
serem estuprados.
SAE – S.T.A
Diagnóstico de Enfermagem:
·
Risco de violência dirigida às outras pessoas – Risco de
comportamentos nos quais um indivíduo demonstra que pode causar danos físicos,
emocionais e/ou sexuais as outras pessoas.
·
Conflito de decisões – Incerteza quanto à ação a ser
executada quando a escolha entre as opções antagônicas envolve risco, perda ou
desafios aos valores existenciais do indivíduo.
·
Processos do pensamento perturbado – Interrupção das
operações e das atividades cognitivas relacionado com os conflitos
psicológicos, alterações emocionais e distúrbios mentais.
·
Confusão
aguda – Início súbito de um conjunto de alterações transitórias relacionada com
as respostas emocionais exageradas.
·
Processos
familiares interrompidos / Enfrentamento familiar incapacitado – relacionado
com a dificuldade dos membros da família de lidarem eficazmente com os
comportamentos inadaptativos do cliente.
·
Controle
ineficaz do regime terapêutico - Padrão de regulação e integração ao cotidiano
de um programa de tratamento da doença e suas seqüelas que não é satisfatório
para o alcance das mentas de saúde específicas.
Prescrição de Enfermagem:
·
Ajudar o cliente a identificar afirmações
positivas sobre si mesmo;
·
Ajudá-lo a expressar sentimentos em relação às
necessidades e problemas individuais;
·
Ajudar o cliente a identificar situações que
produzem ansiedade e estratégias adaptativas específicas;
·
Ajudar o cliente a diferenciar pensamentos e
sentimentos provenientes do eu interno daqueles provenientes do ambiente
externo;
·
Ajudar o cliente a cooperar com o plano de
tratamento estabelecido e concordar em acompanhar o atendimento ambulatorial;
·
Avaliar os comportamentos de enfrentamento
pelo cliente, que já estão presentes;
·
Identificar os fatores de risco e avaliar os
indícios de abuso;
·
Ajudar o cliente a reconhecer que suas
próprias ações podem ser respostas ao medo pessoal, à dependência ou ao
sentimento de impotência;
·
Identificar os fatores (sentimentos /
acontecimentos) envolvidos na geração do comportamento violento;
·
Ajudar o cliente a identificar
soluções/comportamentos mais apropriados para atenuar o sentimento de ansiedade
e suas manifestações físicas associadas;
·
Ajudar o cliente a diferenciar entre
realidade e alucinações/ilusões;
·
Verificar a existência de ansiedade, medo ou
outras reações fisiológicas;
·
Avaliar o grau do distúrbio da orientação, da atenção, da
capacidade de seguir instruções, de comunicar-se e a conveniência das
respostas;
·
Verificar a existência de paranóia e ilusões
ou alucinações;
·
Observar os comportamentos que possam indicar
a possibilidade de violência e tomar as medidas apropriadas;
Implementação:
·
Enfatizar a importância do regime
terapêutico;
·
Planejar um relacionamento breve, freqüente e
sem exigências;
·
Planejar atividades individuais simples;
·
Manter a consistência e a honestidade nas
interações;
·
Tratar o cliente como adulto, apesar da
regressão;
·
Estabelecer esquema rotineiro para as
atividades da vida diária;
·
Usar técnicas de comunicação terapêutica;
·
Trabalhar no sentido de estabelecer
confiança, comunicação interesse e respeito por meio de interações breves;
·
Evitar focalizar, ou reforçar pensamento de
desconfiança ou delírios;
·
Identificar e responder às necessidades
emocionais subjacentes à pensamentos de desconfiança ou delírios;
·
Intervir quando o cliente demonstrar sinais
de aumento do nível de ansiedade e de potencial de comportamento de atuação;
·
Usar a expressão “eu mesmo” nas abordagens
terapêuticas;
·
Encorajar o cliente de forma gradativa a
interagir em situações ameaçadoras;
·
Estabelecer uma relação profissional;
·
Possibilitar ao cliente o maior grau possível
de autonomia e controle, dentro dos limites do contexto terapêutico.
Evolução:
·
Observar se o cliente identifica sentimentos
internos de ansiedade e usa medidas adaptativas aprendidas para reduzir a ansiedade;
·
Observar se o cliente segue o esquema
rotineiro para as atividades da vida diária;
·
Observar se o cliente demonstra um
comportamento apropriado em situações sociais;
·
Observar se o cliente comunica-se sem
evidências de pensamento dissociado;
·
Observar se o cliente diferencia pensamentos
e sentimentos provenientes do eu daqueles que provêm do ambiente externo;
·
Observar se o cliente apresenta pensamento
mágico, delírios, alucinações; e ilusões em menor grau ou sob controle;
·
Observar se o cliente demonstra melhor
interação social com as outras pessoas;
·
Observar se o cliente apresenta afetos apropriados
a um dado sentimento, pensamento ou contexto;
·
Observar se o cliente apresenta menor
desconfiança, negativismo e raiva;
·
Observar se o cliente identifica seus
próprios aspectos positivos;
·
Observar se o cliente participa do plano de
tratamento e do atendimento de acompanhamento.
SAE
– C.P.T. e S.M.N
Diagnóstico de Enfermagem:
· Síndrome
de trauma pós estupro;
· Dor;
· Medo;
· Distúrbio
da auto-estima;
· Isolamento
social;
· Disfunção
sexual;
· Impotência;
· Desespero;
· Distúrbio
do padrão do sono;
· Risco
de lesões
Prescrição de Enfermagem:
· Estabelecer
critérios para que as clientes permaneçam seguras e livres de violências ou
abuso;
· Estabelecer
critérios para que as clientes aceitem ajuda e obedeçam aos encaminhamentos e
façam uso de recursos comunitários;
· Avaliar
o trauma e a reação das clientes, atentando para o tempo decorrido desde a
ocorrência do fato;
· Ajude
as clientes a lidar com a situação presente;
· Avaliar
a intensidade do medo e a realidade da ameaça percebida pelas clientes;
· Ajudar
as clientes/família a lidar com o medo/situação;
· Ajudar
as clientes a aprender a utilizar suas próprias respostas para solucionar
problemas;
· Implementar
estratégias adaptativas para evitar violências ou abusos maiores;
· Demonstrar
verbalização e catarse;
· Restabelecer
o conceito sadio de si mesmo;
· Demonstrar
capacidades autoprotetoras e estratégias de resolução de problemas;
· Permitir
que as clientes utilizem suas próprias estratégias de superação. Não force
situações;
· Detectar
sinais de ansiedade crescente;
Implementação
de Enfermagem:
· Converse
sobre as preocupações/medos específicos;
· Evitar
fazer juízo de valor;
· Conversar
sobre mudanças que as clientes pretendem fazer no seu estilo de vida e como
elas contribuirão para sua recuperação;
· Fornecer
apoio emocional, ouvindo e permanecendo com as clientes.Se não quiserem
conversar, aceite o silêncio;
· Estar
atento a sinais de negação/depressão;
· Encorajar
o restabelecimento de um autoconceito sadio;
· Proporcionar
apoio e ajuda para aceitar as ramificações legais do comportamento e lidar com
elas;
· Proporcionar
apoio às vítimas para que estas não tolerem abusos e tomem providências para
crescer;
· Promover
verbalização e catarse;
· Auxiliar
na integração da experiência do abuso;
· Promover
a participação em atividades recreativas;
· Avaliar
o grau de desorganização;
Evolução
de Enfermagem:
· Observar
se as clientes irão expressar mais sentimentos de valor próprio;
· Observar
se as clientes irão participar de atividades/programas de acordo com seu
desejo/nível de capacidade;
· Observar
se as clientes conseguem identificar as causas e as ações para eliminar o
isolamento;
· Observar
se as clientes irão lidar adequadamente com as reações emocionais, conforme se
evidencia por seu comportamento e pela expressão dos seus sentimentos;
· Observar
se irá verbalizar uma auto estima positiva;
· Observar
se as clientes irão interagir com indivíduos/grupos conforme o desejo e a
coveniência.
ESTUDO DE CASO 2 -
VERÍDICO
G.T.L, jovem 22 anos dá entrada no Hospital Regional de
Eunápolis pela terceira vez por tentativa de suicídio sem êxito, após o
atendimento de emergência, a mesma foi abordada pela equipe de enfermagem que a
indagou, o que está acontecendo de tão ruim em sua vida para que você não
queira viver? G.T.L, respondeu que por incrível que pareça este é um dos
melhores momentos de sua vida, dizendo: meu marido foi transferido para esta
cidade para ganhar mais nossa filha nasceu já aqui, está bem de saúde, não
estou trabalhando, só estou cuidando da casa e da nossa filha, financeiramente
estamos bem, meu marido é super carinhoso, em fim tudo que qualquer mulher
gostaria de ter. Mas ele trabalha muito faz muita hora extra, acabo ficando
muito tempo só com minha filha, sempre trabalhei e tive meu próprio dinheiro,
nunca dependi de pedir dinheiro meu marido para ir ao salão, por isso acabo
ficando sem ir por não querer pedir, não saímos para nenhum lugar então não
fizemos amigos, nunca sai de perto de minha família. Sinto-me muito só, não
tenho ninguém pra conversar, minha família mora muito longe não posso ir
visitá-los com freqüência e nem eles podem vir me visitar, daí passo o dia
inteiro pensando em uma forma de me matar mais rápido, não tenho vontade de me
arrumar de viver e meu marido trabalha tanto que nem percebe como estou e a
única coisa boa disso tudo é a minha filha que eu amo muito.
Diagnóstico de Enfermagem:
·
Ajuste individual
ineficaz;
·
Déficit do
autocuidado;
·
Distúrbio da
auto-estima;
·
Isolamento social;
·
Distúrbio de
comunicação verbal;
·
Risco de violência –
autodirigida;
·
Impotência;
·
Ansiedade.
·
Alteração do processo
do pensamento;
·
Risco de
automutilação;
·
Ajuste familiar:
Comprometido;
·
Luto disfuncional.
Prescrição de
Enfermagem:
·
Coopere com a cliente
no estabelecimento de metas realistas;
·
Estabelecer critérios
para a cliente verbalizar sentimentos diretamente durante o tratamento;
·
Estabelecer critérios
para a cliente concordar com um contrato para não se ferir;
·
Estabelecer critérios
para a cliente verbalizar afirmações positivas sobre si mesmo;
·
Estabelecer critérios
para a cliente relatar mais sentimentos de esperança no futuro;
·
Estabelecer critérios
para a cliente relatar à equipe na hora oportuna sentimentos relacionados ao
desejo de se ferir;
·
Estabelecer critérios
para a cliente verbalizar sentimentos diretamente durante o tratamento;
·
Estabelecer critérios
para a cliente expressar maneiras concretas de resolver problemas em áreas de
interesse na situação vital do momento;
·
Estabelecer critérios
para a cliente relatar mais sentimentos de controle sobre sua situação de vida;
·
Estabelecer critérios
para a cliente praticar atividades físicas/recreativas;
·
Realizar comunicação
terapêutica;
·
Solicitar apoio do
cônjuge no tratamento da cliente;
·
Usar do amor que a cliente relata ter pela filha para
mostrar para ela o quanto é importante estar viva e bem de saúde para cuidar de
sua filha tão amada.
Implementação de Enfermagem:
·
Aceitar a cliente,
evitando qualquer ação que possa ser interpretada com uma crítica;
·
Ajudar a cliente a
elabora um roteiro diário que inclua atividades e repouso;
·
Ter breves interações
terapêuticas com a cliente;
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