Relato de Experiência Fiocruz/ BIREME/OPAS/OMS

Relato de Experiência Fiocruz/ BIREME/OPAS/OMS Em álbum interativo com slides e áudios online: https://www.familysearch.org/photos/gallery/album/1049792?playSlideshow Em texto resumido: https://www.familysearch.org/photos/artifacts/155345899?cid=mem_copy História da Escola de Abordagem Terapêutica Intercultural Brasileira Sistêmica de Pics: https://www.familysearch.org/photos/artifacts/155437740?cid=mem_copy

Relato de Experiência "APS Forte"

*Relatório Sistêmico do Laboratório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Lab-Pics) em 2022* Encaminhado para o prêmio "APS Forte" OBJETIVOS Objetivo Geral Expandir ações da Escola Sistêmica Híbrida de Santa Cruz Cabrália para ofertar cursos, vivências e capacitações de desenvolvimento pessoal e harmonização com a filosofia sistêmica. Objetivo Específico 1 Oferecer inicialmente oito módulos opcionais, com certificação aos participantes, de auto-cuidado, formação de reiki, toque sistêmico, comunicação sistêmica, prática corporal sistêmica, meditação sistêmica, cuidado sistêmico e prática circular sistêmica. 2 Oferecer suporte online através de rodas virtuais nas redes sociais, ligados ao Programa Voluntário de Apoio e Promoção de Saúde Integral. 3 Registrar atividades em conformidade com o laboratório sistêmico ligado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia. 4 Realizar atividades intersetoriais de correlação entre as secretarias de saúde, educação, desenvolvimento social, turismo, cultura, meio ambiente e qualquer outra do interesse da gestão. 5 Realizar vivências terapêuticas com profissionais da prefeitura, cuidadores, trabalhadores das empresas cadastradas na escola sistêmica. MÉTODOS A divulgação e ofertas dos cursos oferecidos foram realizadas na plataforma do Programa de Apoio e Promoção de Saúde Integral, onde também ficaram arquivadas algumas das postagens e documentários produzidos, através de arquivologia digital em nuvem gratuita. As aulas sistêmicas foram executadas via sala no aplicativo gratuito google meet, após divulgar o link nos grupos virtuais institucionais específicos, onde foram reunidos os contatos matriculados nos cursos, nos aplicativos telegram e whats app. O controle do desempenho dos discentes foi feito via planilhas digitais do google, sempre monitoradas pela gestão e por cartões de aprazamento, registrados à mão pelos discentes e rubricados pelo docente após o cumprimento das tarefas. As apresentações, seminários, conferências, oficinas e demais eventos online da rede foram divulgados e realizados através da mesma plataforma e rede virtual. Foi realizado acolhimento e cadastro online através de bancos de dados gratuitos do google, seguido de apoio e acompanhamento através das dinâmicas e anúncios de eventos das rodas virtuais. Foi construída planilha do google com informações sobre o público alvo coletadas por esforços voluntários. Foram promovidas reuniões regulares online ou presenciais com as secretarias envolvidas, de acordo com as possibilidades da gestão. As vivências foram realizadas sob a supervisão do Serviço Social e Enfermagem do NASF/Npics de Santa Cruz Cabrália, tanto no seu respectivo Espaço físico dentro da Clínica Municipal de Reabilitação e Fisioterapia, quanto virtuais e nos Espaços cadastrados no Programa de Saúde Integral, como o Espaço Korihé, Instituto Terra Máter, Espaço Flor de Lótus, Vila Criativa e Base de Canoagem Havaiana da CPP Extreme. Nas redes sociais como whatsapp e Google meet, foram utilizadas a condução de oficinas de auto massagem, meditação reikiana e sistêmica, a abordagem integrativa indígena Korihé, assim como a Terapia Comunitária Integrativa e a Constelação Familiar Sistêmica. As abordagens em Grupo utilizaram os espaços virtuais do whatsapp, facebook, youtube e instagram do Programa Voluntário de Promoção de Saúde Integral, que já atua em parceria online com a Prefeitura de S. C. Cabrália há vários anos. Por conta das demandas dos atendimentos na pandemia, iniciei a realizar abordagens através de listas de transmissão com contatos de moradores cadastrados em Cabrália, divididos entre os temas solicitados, ainda em construção coletiva (Pics em geral, emagrecimento, realização profissional, dor crônica, relacionamentos saudáveis, resiliência, controle da raiva e agressividade, angústia espiritual). Com relação aos atendimentos presenciais, onde foram pactuados e desenvolvidos Projetos Terapêuticos Singulares (PTS), com a equipe do Nasf e foram acolhidos alguns casos, com sessões terapêuticas sistêmicas. Relatando um pouco mais a respeito dos métodos adaptativos que utilizamos, buscamos priorizar o uso das redes sociais e outros recursos à distância, que conseguissem abranger os princípios da atenção psicossocial. Os técnicos da estratégia de saúde da família e o atendimento online dos psicólogos conseguiram rastrear e captar muitos dos casos que não conseguiram desenvolver a autonomia da cura com medidas caseiras para a resiliência emocional. Alguns precisaram arriscar-se à atendimentos presenciais na Sala do Nasf, na Clínica de fisioterapia, que foram desenvolvidos uma ou mais vezes por semana, quando solicitado pelo Serviço social, em casos prioritários, ou nas Unidades de Saúde da Rede e nestas circunstâncias, em casos classificados como necessários para desenvolvimento de Projeto Terapêutico Singular, foram introduzidas Pics em associação à abordagem psicológica, como exemplo a Auriculoterapia da Medicina Tradicional Chinesa, Shiatsu, Constelação Familiar Sistêmica e Imposição de Mãos/Reiki presencial ou à distância. Foram atendidos presencialmente alguns casos encaminhados, acompanhados pelos Psicólogos, Patrícia e Anderson, com sessões terapêuticas. Foram encaminhados alguns casos também pelos médicos e odontólogos, para avaliações sobre sessões de reiki ou constelação sistêmica. Foram atendidos presencialmente alguns casos, que não aderiam ao atendimento com a psicologia. Foram atendidos casos do Programa "Cuidando do Cuidador", onde não foram abertos prontuários, pois os servidores envolvidos desejavam que não houvessem registros. As sessões terapêuticas sistêmicas presenciais foram executadas para um grupo de pessoas, que nos forneceram o cartão SUS, e receberam acompanhamento diário ou semanal através de rodas sistêmicas no Whats App, tanto do voluntariado do Projeto Social parceiro, quanto grupos criados pela equipe do Nasf, com o propósito de educação popular, incluindo as Pics. De forma sistêmica, foi expressa profunda gratidão, tanto aos gestores, quanto à todas nossas equipes da rede APS e especialmente pela entrega dos que receberam nossos cuidados, científicos, holísticos e tecnológicos. RESULTADOS Do ponto de vista técnico-científico, o ano foi especialmente importante, pois conseguimos expandir ações da monitoria do Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia para a Atenção Básica, adaptando o uso conjunto destas técnicas à novas associações com a abordagem da Psicologia da ACP e da TCC (No Caps, já havíamos integrado as Pics à psicologia transpessoal, à Fisioterapia e ao Serviço Social), assim como à Educação Física. Continuar otimizando a associação das 29 pics cadastradas pelo Ministério com outras abordagens e as intervenções da equipe interdisciplinar, também é uma das metas do Lab-Pics para 2022. A partir do momento em que foi inaugurada a Clínica de Reabilitação e Fisioterapia, com uma sala para o Nasf, as forças, atenção e energias tanto da Enfermagem e Serviço Social do Nasf/Npics como de alguns voluntários e estudantes da Escola Energético- Sistêmica que foi organizada pela Atenção Básica, estiveram voltadas ao desenvolvimento das atividades do Laboratório Sistêmico de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Lab-Pics). Foram ministradas aulas teóricas online e práticas vivenciais de um curso de reiki, toque terapêutico Sistêmico e integrativo, para profissionais, voluntários e usuários do SUS. Foram formadas classes para estudar e praticar aspectos da abordagem sistêmica, como a comunicação, meditação, práticas corporais e cuidado sistêmico. Foram alcançados excelentes resultados, como mérito de um belo esforço coletivo e não egóico. Em meio à uma verdadeira "batalha invisível", a um "combate emocional", vivenciado por nossos pacientes, ainda em período pandêmico, conseguimos coletar explêndidos relatos e evoluções bem sucedidas em casos que foram atendidos utilizando Pics através da internet e especialmente em alguns casos, atuando ao lado da Assistente Social e a Psicóloga do NASF e os demais psicólogos, da Policlínica e Caps. Nossa profunda gratidão, Diego da Rosa Leal Enfermeiro e Professor Sistêmico Laboratório Vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia (Npics/Geppics/UFSB) Prefeitura de Santa Cruz Cabrália

quarta-feira, dezembro 19, 2012

Medida tira internos de SP de hospitais psiquiátricos


Unidades serão criadas com recursos do Ministério da Saúde e geridas por municípios e Estado

Publicado em 19/12/2012 às 09h37: atualizado em: 19/12/2012 às 13h08
Agência Estado
O Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual firmaram nesta terça-feira (18) um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com as prefeituras de Sorocaba, Salto de Pirapora e Piedade, e os governos estadual e federal para adequar o tratamento de pacientes com transtornos mentais internados em hospitais no interior de São Paulo.
O TAC tem objetivo de promover a desinstitucionalização dos pacientes, ou seja, fazer com que eles sejam transferidos dos hospitais psiquiátricos privados — que recebiam verba do SUS — para unidades de saúde como residências terapêuticas e centros de atenção psicossocial (Caps) geridos pelo poder público.
As unidades serão criadas com recursos do Ministério da Saúde e geridas por municípios e Estado. Cerca de 2,7 mil internos de 7 hospitais da região de Sorocaba devem ser transferidos para a rede pública em até três anos. “
A procuradora Lídia Passos ressalta:
— Tem de terminar muito antes disso”.
O TAC foi motivado por denúncias de maus-tratos no Hospital Vera Cruz — alvo de ação na Justiça.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

  • Espalhe por aí:
  •      
  •  
  •      

terça-feira, dezembro 18, 2012

Saúde Mental na Atenção Básica

Para completar as aulas de comunicação terapêutica:


POR Edinaldo Oliveira, NO FACEBOOK:


POR João Oliveira, NO FACEBOOK:
"Quer começar 2013 fazendo diferente? Treinamento de Análise Comportamental: SE O CORPO FALA, A FACE NÃO MENTE - Saiba Quem Está à Sua Frente - dia 12/01 na Barra da Tijuca - Tenha mais detalhes e faça sua inscrição em:

http://isec.psc.br/cursos/micro_2013_barra.html

Aprenda a se comunicar melhor analisando seu interlocutor. Saiba o momento certo de mudar o seu argumento em uma abordagem sem prejudicar o processo da comunicação assertiva.

Utilize técnicas de reconhecimento das expressões faciais, corporais e emocionais, somando-se a isso o conhecimento das marcas de expressão, que podem indicar a história emocional da pessoa a sua frente."

terça-feira, dezembro 11, 2012

Quando os santos de casa realizam seus milagres

Na intercessão entre a psiquiatria e a antropologia, livro reúne ensaios e artigos de Antônio Mourão
Desde pequeno, Antônio Mourão gostava de ouvir histórias de vida. Ainda menino, durante as visitas à família do pai, em Crateús, passava parte do tempo na mercearia de um tio homeopata, que, segundo se dizia na vizinhança, escolhia o composto adequado.

Tais experiências, embora precoces, certamente influenciaram o caminho profissional de Mourão, que não apenas se tornou médico (e escolheu a psiquiatria como especialidade), mas trilhou caminhos pouco ortodoxos dentro do campo, a partir de uma segunda formação, em Antropologia. Após formar-se em medicina na Universidade Federal do Ceará, concluiu estudos na famosa Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, de Paris (França).

Parte dessa trajetória pode ser conhecida no livro “Psiquiatria – Outros olhares”, a ser lançado hoje, na Livraria Cultura. Nele, Mourão explora principalmente os laços que unem a psique humana aos diferentes contextos socioculturais nos quais os sujeitos estão inseridos, a partir de uma abordagem denominada etnopsiquiatria. 

Segundo o autor do livro, esta corrente não se opõe à tradicional abordagem medicamentosa, mas a complementa.

A etnopsiquiatria (também chamada de psiquiatria social) fundamenta-se no reconhecimento das diferenças entre indivíduos, ao considerar tanto a dimensão psíquica quanto a cultural – nesse último caso, especialmente de aspectos relacionados às relações sociais, de identidade e de situações vividas ao longo da vida.

“Por exemplo, um paciente esquizofrênico do interior do Ceará não adoece do mesmo modo que um esquizofrênico em Tóquio, no Japão, embora a doença tenha um conteúdo genético. Enquanto o segundo pode falar que está sendo perseguido por monstros de jogos eletrônicos, o primeiro pode relatar demônios ou entidades da cultura popular”, explica Mourão “Outra diferença: já tratei padres e freiras com depressão. Eles choram, lamentam, mas nunca falam em suicídio, por conta dos preceitos do catolicismo”, frisa o médico.

Mourão conheceu a etnopsiquiatria na Europa, onde estudou e trabalhou após formar-se em medicina. A primeira experiência foi no Hospital de Saint Luc, da Universidade Católica de Louvain, Bélgica, onde conheceu alternativas de tratamento que substituíam as práticas de uma psiquiatria então fundamentalmente asilar. No lugar de confinamento e eletrochoques, Mourão conheceu uma unidade de psiquiatria integrada a um hospital universitário, além de uma equipe integrada com aquelas de outras especialidades.

Paralelamente, conheceu o trabalho de George Devereux, que ministrava seminários de etnopsiquiatria em Paris. Anteriormente, já havia tido contado com os livros do professor François Laplantine, outro nome relevante na área.

Casos
A fim de tornar o conteúdo mais claro e acessível, Mourão tomou o cuidado de permear o livro com relatos de pacientes atendidos (com os nomes modificados ou suprimidos). Como, por exemplo, o de um jovem da Paraíba, que, aprovado em concurso público, mudou-se para a cidade cearense de Paracuru. “Lá, ele começou a adoecer, não dormia direito, tinha pesadelos e taquicardia. Tudo isso gerou ainda um desgaste na relação com a esposa”, lembra Mourão.

“Ele já tinha procurado um cardiologista e outros especialistas, quando chegou até mim. Em conversa, contou-me que sua família na Paraíba era umbandista, e que, antes de se mudar, ele estava se preparando para ser pai-de-santo. Em Paracuru, ao contrário, era um total desconhecido. Sugeri, então, que ele abrisse seu terreiro na cidade. Os olhos do jovem chega brilharam. Eventualmente, quando montou o espaço, os sintomas desapareceram”, conta o médico.

Segundo Mourão, o relato demonstra a relevância peculiar da religião na vida do povo brasileiro. “A cultura tem ferramentas que, se corretamente utilizadas, ajudam a pessoa a ficar integrada e de bem com ela mesma e com os outros. A religião é uma delas”, comenta o médico.

Em outra passagem, na introdução do livro, o psiquiatra recorda a ocasião em que questionou a ausência de leitos com rede para pacientes nordestinos, no lugar da tradicional cama hospitalar. “No Nordeste, dorme-se muito de rede, ao ponto de alguns pacientes internados ficarem com medo de cair da cama e isso interferir na qualidade do sono. Tanto que vi inúmeras vezes médicos incluirem no prontuário remédios para eles dormirem”, conta. “É um detalhe que revela como a cultura tem a ver com a dimensão emocional”, complementa.

Compilação
Outro capítulo importante do livro trata da terapia familiar sistêmica, segundo a qual é indispensável observar o todo e não as partes do sistema familiar, e com a qual Mourão teve contato aprofundado também na Bélgica. Lá fez parte da primeira turma da terapeuta de família Mony Elkaim.

Por fim, no terceiro capítulo, Mourão aborda alguns temas atuais no campo da psiquiatria, como a perda e o luto, a erotização precoce de crianças e as drogas. Boa parte dos textos do livro é oriunda de artigos publicados ao longo dos anos de carreira do autor na revista eletrônica Psychiatry On Line Brasil. “Mas muitas pessoas me pediam cópias impressas, então resolvi juntar tudo em um livro, acompanhado de uma introdução, onde resumo meu itinerário profissional”, detalha.

De fato, é na introdução onde melhor resume a essência da obra. “Uma parte de mim não acredita em pai-de-santo, em umbanda, em rezadeira, isso enquanto sou psiquiatra. Pois é uma ciência que tem suas referências. Mas, como sou brasileiro, nordestino, do Ceará, não posso desconhecer essa realidade. Eu tenho que saber que caminho com essas duas identidades. Uma não precisa destruir a outra”, expressa no texto.

Segundo ele, o livro destina-se a tanto aos profissionais quanto às pessoas que gostam do assunto, no sentido de “vislumbrar outros olhares, em vez de ficar preso unicamente à questão medicamentosa, à psicofarmacologia”, complementa na entrevista.

sexta-feira, dezembro 07, 2012

Dica!!!


saudementalufpeemGrupo de Pesquisa Saúde Mental e Qualidade de Vida - 1 mês atrás
Hoje indicamos o filme "*Se enlouquecer não se apaixone*" (*It´s kind of a funny story*). A história se ambienta em um hospital psiquiátrico e tem como personagens principais um adolescente em depressão, que decide se internar por conta própria, um homem de meia idade e uma adolescente, ambos com histórico de recorrentes tenativas de suicídio. É um filme que traz alguns estereótipos mas tem grandes momentos de reflexão sobre o estigma do ser adolescente. #FicaDica

domingo, dezembro 02, 2012

Distúrbios do sono incluem sexo e envio de mensagens de texto



Distúrbios do sono incluem sexo e envio de mensagens de texto

Na Grã-Bretanha, mais de 30% da população sofre de insônia ou outros problemas Foto: Getty Images
Na Grã-Bretanha, mais de 30% da população sofre de insônia ou outros problemas
Foto: Getty Images
Cada vez mais pessoas têm procurado ajuda médica devido a distúrbios do sono, mas algumas apresentam comportamentos mais exóticos. Só na Grã-Bretanha, mais de 30% da população sofre de insônia ou outros problemas, e alguns chegam a mandar mensagens de texto, comer e até manter relações sexuais enquanto dormem.
De acordo com a Fundação de Saúde Mental britânica esses distúrbios que impedem as pessoas de terem uma noite de sono saudável podem ter conseqüências mentais e físicas muito sérias.
Clínicas do país dizem receber mais de 50 pacientes por semana - um número cinco vezes maior do que o registrado dez anos atrás. O que chama a atenção dos médicos e especialistas, no entanto, não é só o aumento da incidência desses distúrbios, mas também a ocorrência de padrões de sono muito irregulares e comportamentos cada vez mais estranhos.
Veja alguns deles:
Envio de mensagens de texto
Cada vez mais pessoas estão enviando mensagens de texto a partir de seus celulares enquanto dormem, diz Kirstie Anderson, que gerencia o Departamento Neurológico do Sono do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla em inglês).
"É muito comum que as pessoas façam durante o sono coisas que fazem repetidamente durante o dia", explica a médica.
São atividades consideradas pelos especialistas como comportamentos indesejáveis que ocorrem durante o sono e podem ir desde um leve abrir de olhos intencional até sair da cama e dirigir um carro.
No caso das mensagens de texto, a maioria não faz muito sentindo, diz a médica, acrescentando que a medicina ainda tem pouco conhecimento sobre a lógica que leva as pessoas a agirem dessa forma.
Segundo o especialista Chris Idzikowski, diretor da Clínica do Sono de Edinburgh, problemas como esse raramente se manifestam nas condições controladas em uma clínica do sono, mas as pesquisas têm avançado com equipamentos de medição que permitem monitoramento em casa.
Comer
Embalagens de alimentos vazias e uma cozinha bagunçada são cenários típicos para alguns sonâmbulos após acordarem.
Pequenos lanches feitos pelas pessoas enquanto dormem em geral não são considerados um grande problema, mas casos extremos são categorizados como Síndrome Alimentar Noturna.
Pessoas que sofrem do mal podem sair da cama e ir até a cozinha diversas vezes sem lembrarem de nada ao acordar. Alguns acabam por aumentar de peso e outros chegam a correr o risco de se engasgarem com a comida enquanto dormem.
E na maioria das vezes, diz Anderson, o distúrbio pode ser estimulado por um comportamento simples realizados horas antes.
"Os sonâmbulos geralmente fazem coisas simples que acabam fazendo sentido, como comer devido a ter ido para a cama com fome ou ter feito dieta durante o dia", explica.
Em casos mais complicados, as pessoas podem chegar a cozinhar uma refeição, entrando em um estado de semi-consciência, embora não se recordem de nada no dia seguinte, como um tipo de amnésia, diz Jim Horne, do Centro de Pesquisa do Sono da Universidade de Loughborough.
Sexo
"Sexsomnia" é o termo em inglês que descreve a condição de pessoas que fazem sexo dormindo - problema que tem chamado a atenção do público nos últimos anos.
Até agora há poucas pesquisas médicas sobre o fenômeno, porém cada vez mais casos são descritos.
Eles podem se tornar mais frequentes em pessoas que sofrem de estresse ou consumiram álcool ou drogas. Variam de algumas carícias ao ato sexual completo - em alguns casos com consequências sérias.
Idzikowski produz laudos em julgamentos que envolvem estupros e abuso sexual. Ele diz que essas desordens do sono são mais comum no estágio de "sono pesado" na qual a parte do cérebro responsável pela consciência e o raciocínio está desligada. Nessa fase, porém, a parte responsável pelas necessidades básicas, como o sexo, continuam funcionando.
"É comportamento instintivo, as pessoas não estão conscientes na hora", diz. "Quando você está em sono profundo o processo de decisão moral e racional não ocorre. Fico surpreso com os tipos de problemas de sono que as pessoas têm e frequentemente não fazem nada para obter ajuda".
Parar de respirar
A parada na respiração em pessoas que estão dormindo é uma desordem chamada apneia. Apesar de não ser um problema novo, um número crescente de pessoas vem procurando as clínicas em busca de tratamento. Especialistas dizem acreditar que tais estatísticas devem crescer ainda mais, na medida em que a obesidade é um dos fatores que contribuem para o problema.
Geralmente acompanhada do ronco, a apneia ocorre quando os músculos da garganta colapsam e bloqueiam as vias respiratórias.
Após testes recentes realizados como parte de um programa da BBC sobre o tema, Paul Asbury, de King's Lynn, descobriu que parava de respirar por 26 segundos durante o sono.
"Eu fiquei muito assustado quando soube", disse. "Fiquei em pânico em pensar que eu regularmente parava de respirar por todo esse tempo. Eu pensava que tinha apenas o problema de roncar, mas isso é muito mais sério".
Essas pausas na respiração acordavam também um paciente de 47 anos, que não terá o nome revelado, mais de 50 vezes por hora em uma noite. Em casos extremos, esse número pode chegar a 80, segundo Idzikowski.
"O paciente frequentemente não se lembra de ter acordado. Isso acontece porque, nesse estado, o cérebro não fica totalmente conectado com o corpo. Assim, a pessoa esá acordada, mas não sabe disso. Leva mais ou menos um minuto para o cérebro se reconectar com o corpo, causando a sensação do despertar.
"O resultado é que os doentes ficam muito pouco tempo em sono profundo, que é a fase restauradora do ciclo do sono. De manhã eles se sentem incrivelmente cansados", afirma Idzikowski.
Isso pode ter consequências sérias se a passoa exerce atividades como operação de maquinário. O problema de Asbury está sendo tratado com o uso de uma máscara especial, que tem funcionado até agora.
Síndrome da cabeça explodindo
Você está quase caindo no sono e repentinamente é como se uma bomba tivesse explodido dentro de sua cabeça. A sensação de ouvir um som súbito, incrivelmente alto e vindo da própria cabeça é chamado de síndrome da cabeça explodindo.
Esse é um outro distúrbio do sono. Pacientes têm descrito o som alto como a explosão de uma bomba, um trovão ou um tiro. O fenômeno não causa dor, mas deixa as pessoas angustiadas. Há relatos de pessoas que correm para a janela para procurar a fonte da explosão.
Alguns especialistas dizem que o fenômeno é muito raro, mas Anderson diz que casos foram relatados nos últimos anos.
"As pessoas ouvem uma explosão quando estão caindo no sono e depois percebem que ela não pode ser externa porque ninguém mais ouviu", disse.
"É inteiramente benigno, embora pareça alarmante. Às vezes medicação é administrada se o paciente se incomoda muito".
Frequentemente, não há padrão nos episódios, mas eles podem se estender por anos e prejudicar a qualidade de vida.