“Zequinha”, natural de São José
do Paraíso/ BA, 35 anos, teve
sua primeira internação no Hospital São Judas Tadeu/ Itabuna/
BA em 1989, depois de seu primeiro
surto psicótico. Ocorreram outras internações em seguida e o cliente em questão
mudou-se para Porto Seguro em 2004, iniciando acompanhamento ambulatorial em 2004 com
Dr. Nerival, o qual buscou por
expontânea vontade - psiquiatra muito conhecido no município. Atualmente faz
uso de 1 ampola mensal IM de Haloperidol decanoato e de clorpromazina, aplicados
no CAPS II além de 1 comprimido VO de Haloperidol de 5 mg e 1 comprimido de
cloridrato de biperideno 2 mg, diariamente em casa, conforme a prescrição
médica, sem supervisão direta. É muito desinibido socialmente, comunicando-se
com muitas pessoas sempre que recebe atenção, em vários locais públicos, os
quais freqüenta quando falta às oficinas da unidade, da qual é paciente
intensivo. Está excluído em muitos aspectos da convivência familiar, apesar
desta ser numerosa. Dorme em um quarto cedido de um tio, próximo à conhecida
‘Praça da Caixa D’ Água’, localizada no Baianão e, quando não se alimenta na
unidade citada, alimenta-se na casa dos parentes. Refere que seu familiar que
responde como tutor legal, não “repassa” o dinheiro que recebe do governo para
ele - o benefício do INSS. Seus planos consistem em reaver, na justiça, o
dinheiro que lhe foi ‘tomado’ pelos familiares e investir em sua campanha para
vereador pelo Partido Verde – ao qual não é filiado. Em sua idealizada
campanha, também pretende ajudar financeiramente muitas famílias necessitadas.
EXERCÍCIOS
1) Elabore um diálogo simulado, tentando imaginar as possíveis respostas
de Zequinha, em sua comunicação terapêutica, identificando entre parênteses
cada técnica utilizada.
Amanda: Bom dia!
Zequinha: Bom da!
Amanda: O que o traz aqui?
(OUVIR)
Zequinha: Olha eu já estou de
saco cheio da minha família, eles pensão que eu estou completamente louco,
tomaram meu benefício, não ligam para mim e não acreditam que eu tenho
potencial para ser vereador e essas porcarias de medicações que eu tomo me
deixam muito sonolento, eu não quero
mais tomar esses remédios, isso vai acabar atrapalhando na minha campanha...
Amanda: Deixa eu ver se eu
entendi! A sua família o rejeita e retirou o seu beneficio e além disso a
medicação pode o atrapalhar na sua campanha! É isso que o incomoda?(relocar)
Zequinha: É mais ou menos isso
mesmo!! Mas o que mais está me atrapalhando é esses remédios que e tomo, eu não
agüento mais..
Amanda:Mas me fale exatamente o que mudou na sua
vida depois que você passou a fazer uso dessas medicações(Encorajar
descrições de percepções)
Zequinha: Haaa as pessoas me
olham diferente, até mesmo na minha família, como se eu fosse um perigo para
todos.
Amanda: Mas o que para o senhor o
que é pior! Se sentir descriminado e
sonolento devido a medicação, ou de fator, viver podendo temendo um novo surto
como o ultimo comprometendo sua saúde. (Encorajar comparações)
Zequinha:Olha ai eu já não sei
mesmo viu, acho que eu já tô é bom! Depois que eu entrei pra igreja eu melhorei
muito
Amanda:Então você acredita que seu problema na verdade seja
de ordem espiritual?(focalizar)
Zequinhha:Sim, porque depois que eu entrei na igreja minha
vida mudou completamente
Amanda: Me fale mais sobre essas mudanças(Explorar)
Zequinha: Haa eu não bebo mais, não fico mais agressivo e
nem “abestalhado”
Amanda: O senhor já parou para pensar, que na verdade a
medicação que o senhor toma unido ao álcool provoque toda essa agressividade ou
letargia. (Buscar
esclarecimento e validação)
Zequinha:É talvez você esteja certa, mas.. não sei não...
Amanda: Seu Zequinha, se ao invés de ter que tomar Haloperidol decanoato e de clorpromazina o
senhor tivesse que tomar uma medicação controlada pra diabetes ou pressão alta,
o senhor estaria ou até mesmo um controlador hormonal se o senhor estaria tão
incomodado assim? (Apresentar a realidade)
Zequinha: haaa ai
não né..
Amanda: mas seu
Zequinha, o senhor tem um problema que tem jeito! Quantas pessoas não gostariam
de repente de ter um remédio para curar uma doença incurável! Será que um
diabético não preferia ter que só tomar uma medicação e pronto, ao invés de ter
que se poupar de comer as coisas que ele gosta? (Apresentar a realidade)
Zequinha: É
pensando assim, realmente deve ser muito pior não poder comer quase nada né?
Amanda: Viu! É mais
vantagem ser nervoso do que ter sangue doce (risos..) ...(humor)
Amanda: Bem espero
que eu possa ter ajudado e espero que o senhor volte sempre que o senhor
quiser, estarei aqui segunda, quarta e sexta, pode pedir para a menina agendar
conforme sua necessidade. Se a igreja do senhor está te fazendo bem, não deixe de ir, mas também
não deixe de tomar a medicação, afinal se não fosse da vontade de Deus, ele não
daria sabedoria aos homens para poderem inventar tantas coisas maravilhosas (Oferecer Dicas Gerais)
Zequinha: Isso é
verdade mesmo.. pode deixar que eu vou voltar sim, obrigada!
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