O documentário “A Casa dos Mortos” foi realizado pelo Ministério da Saúde, no ano de 2010, com base no poema de mesmo nome escrito por Bubu, cliente com doze internações em manicômios judiciários. A produção traz uma reflexão sobre os hospitais-presídios em vários aspectos, ressaltando a história de vida/morte de três clientes do Hospital Judiciário de Salvador / BA – HCT.
Inicialmente, e durante todo o documentário, há auto-apresentações dos pacientes onde relatam quem são, o que gostam de fazer, o motivo pelo qual estão inseridos na instituição, além de reclamações sobre o fato de já terem pago tempo de cadeia e ainda não sofrerem remoção. Há ainda a vontade de voltar às suas casas, para cuidarem ou estarem perto de seus familiares, e a perceptível forma de uns tratarem a instituição como hospital e outros, como cadeia.
Em seguida, são descritas as histórias dos clientes Jaime, Antônio e Almerindo, ambos considerados abandonados e esquecidos, e, com base nos delitos cometidos, representantes de riscos para o convívio ou a vida social. Jaime se suicidou, de forma trágica, e como é descrita no documentário, de forma inteligente, para que o suicídio fosse eficiente e eficaz.
Antônio estava retornando ao HCT, pois já havia sido internado na instituição uma vez. No processo de readmissão foi obviamente perceptível o descaso para com o cliente de profissionais e funcionários da instituição, através do momento do acolhimento, da forma como o diálogo se estabelecia, do julgamento formulado do cliente, do estigma preconizado, que não são condizentes com um bom relacionamento com o paciente.
Foi exposto em seguida um momento de visitação de um grupo religioso que é o que pode ser considerado como a visão de uma parcela da sociedade sobre esses clientes com transtornos mentais que cometem crimes na sociedade. Neste momento, o acolhimento também apresentou falhas, pois não foram proferidas palavras de conforto, que promovesse bem-estar, sendo marcado por repreensões, reafirmando toda a imagem ruim que um dia foi proferida.
Mais uma vez a falta de humanização na dinâmica institucional foi apontada, quando Almerindo foi apresentado. Numa tentativa de diálogo onde não houve pronunciamento do cliente de forma que viesse a colaborar, uma profissional reafirmou que “ele não era ninguém” e que “ele estava sozinho e esquecido”, reafirmando o que cliente havia dito, que “ele havia morrido mesmo, ele estava ali para morrer”.
É relatado ainda a situação em que vivem todos os pacientes inseridos na instituição, sobre os aspectos de alimentação, interação, condições de higiene, estadia e segurança, que são todas precárias e inumanas.
O documentário traz essencialmente uma reflexão sobre a necessidade da reforma psiquiátrica, visto que é inerente à mesma a observação do paciente portador de transtorno mental de forma humanística, independente de histórico criminal. A visão humanística analisa o paciente sobretudo como um ser humano, um cidadão, alguém que necessita de cuidados, visão esta que foge à institucionalização dos manicômios: o cliente não é nem assistido e nem julgado de forma humana, de forma constitucional.
A reforma defende a mudança de atendimento clínico aos portadores de transtornos mentais, através da desativação dos manicômios, pela sua ineficiência, ineficácia e inconstitucionalização dos direitos humanos, e investimento em rede de serviços que atendam e assistam a estes pacientes, de forma que não haja internação, mas sim uma reintegração do cliente à sociedade, ao afazeres e relacionamentos sociais.
Nas casas dos mortos, os pacientes só possuíam um destino: a morte, de acordo com o poema de Bubu. Seja através de atos de suicídio, de internações reincidivas ou de tentativas de sobrevivência à prisão perpétua, eram sujeitos à esquecimento e negligência.
Porém, a base dos ideais da Reforma Psiquiátrica, inerente à todo ser humano, sendo doente mental ou não, tendo direito à saúde e vida de qualidade e assistência integral, constitui uma rede de serviços ainda com falhas, onde se percebe a carência de profissionais interessados a cumprir esses ideais, a se especializar e se prontificar a assistir a clientela, e subsídios estruturais para que haja recursos para proporcionar condições que resultem em reintegração social: oficinas com diversificação de atividades, melhores condições de estadia, higiene, alimentação, atividades de lazer e segurança.
Caso contrário, estarão sendo criados mini-manicômios, ou manicômios não-integrais, e todo o ideal da Reforma não surtirá efeito algum, dando prosseguimento a inserção de seres humanos às casas de morte, de onde não sairão vivos, ou não serão mais humanos.
Eu atuo como um Consultor Sistêmico e as Linhas de Ação em que nosso Programa atua são uma forma de fortalecer o Sistema Único de Saúde Brasileiro, fornecer apoio institucional e motivar a busca por melhorias técnicas e sociais, nos lugares que nossas idéias alcançarem. Quaisquer que sejam seus dons e talentos, vcs podem juntar-se a nós, como força humana e receber nossos conteúdos. Zap (073) 99931-0980 Seu parceiro, Diego R. Leal.
Links p/ página da Unesul
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- IX. Programa de Incentivo às Terapias Complementares no SUS
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- XI. Programa Virtual de Apoio à Gestão em Saúde
- XII. Programa de Promoção de Educação Alimentar, Higiene do Sono e Sexualidade
- XIII: Programa Virtual de Apoio e Defesa da Integralidade, Universalidade e Equidade
- XIV: Programa de Arquivologia e Marketing Digital de experiências exitosas
- XV. Programa de Promoção de Motivação, Inspiração e Espiritualidade
- XVI: Programa de Incentivo Virtual à Registros Ancestrais e Pesquisas de História da Família
- Programa de Apoio Virtual 'Varrendo a terra como um dilúvio'
- Programa de apoio aos Grupos de Autossuficiência e Economia Solidária
Relato de Experiência Fiocruz/ BIREME/OPAS/OMS
Relato de Experiência Fiocruz/ BIREME/OPAS/OMS
Em álbum interativo com slides e áudios online:
https://www.familysearch.org/photos/gallery/album/1049792?playSlideshow
Em texto resumido:
https://www.familysearch.org/photos/artifacts/155345899?cid=mem_copy
História da Escola de Abordagem Terapêutica Intercultural Brasileira Sistêmica de Pics:
https://www.familysearch.org/photos/artifacts/155437740?cid=mem_copy
Relato de Experiência "APS Forte"
*Relatório Sistêmico do Laboratório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Lab-Pics) em 2022*
Encaminhado para o prêmio "APS Forte"
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Expandir ações da Escola Sistêmica Híbrida de Santa Cruz Cabrália para ofertar cursos, vivências e capacitações de desenvolvimento pessoal e harmonização com a filosofia sistêmica.
Objetivo Específico
1 Oferecer inicialmente oito módulos opcionais, com certificação aos participantes, de auto-cuidado, formação de reiki, toque sistêmico, comunicação sistêmica, prática corporal sistêmica, meditação sistêmica, cuidado sistêmico e prática circular sistêmica.
2 Oferecer suporte online através de rodas virtuais nas redes sociais, ligados ao Programa Voluntário de Apoio e Promoção de Saúde Integral.
3 Registrar atividades em conformidade com o laboratório sistêmico ligado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia.
4 Realizar atividades intersetoriais de correlação entre as secretarias de saúde, educação, desenvolvimento social, turismo, cultura, meio ambiente e qualquer outra do interesse da gestão.
5 Realizar vivências terapêuticas com profissionais da prefeitura, cuidadores, trabalhadores das empresas cadastradas na escola sistêmica.
MÉTODOS
A divulgação e ofertas dos cursos oferecidos foram realizadas na plataforma do Programa de Apoio e Promoção de Saúde Integral, onde também ficaram arquivadas algumas das postagens e documentários produzidos, através de arquivologia digital em nuvem gratuita.
As aulas sistêmicas foram executadas via sala no aplicativo gratuito google meet, após divulgar o link nos grupos virtuais institucionais específicos, onde foram reunidos os contatos matriculados nos cursos, nos aplicativos telegram e whats app.
O controle do desempenho dos discentes foi feito via planilhas digitais do google, sempre monitoradas pela gestão e por cartões de aprazamento, registrados à mão pelos discentes e rubricados pelo docente após o cumprimento das tarefas.
As apresentações, seminários, conferências, oficinas e demais eventos online da rede foram divulgados e realizados através da mesma plataforma e rede virtual.
Foi realizado acolhimento e cadastro online através de bancos de dados gratuitos do google, seguido de apoio e acompanhamento através das dinâmicas e anúncios de eventos das rodas virtuais.
Foi construída planilha do google com informações sobre o público alvo coletadas por esforços voluntários.
Foram promovidas reuniões regulares online ou presenciais com as secretarias envolvidas, de acordo com as possibilidades da gestão.
As vivências foram realizadas sob a supervisão do Serviço Social e Enfermagem do NASF/Npics de Santa Cruz Cabrália, tanto no seu respectivo Espaço físico dentro da Clínica Municipal de Reabilitação e Fisioterapia, quanto virtuais e nos Espaços cadastrados no Programa de Saúde Integral, como o Espaço Korihé, Instituto Terra Máter, Espaço Flor de Lótus, Vila Criativa e Base de Canoagem Havaiana da CPP Extreme.
Nas redes sociais como whatsapp e Google meet, foram utilizadas a condução de oficinas de auto massagem, meditação reikiana e sistêmica, a abordagem integrativa indígena Korihé, assim como a Terapia Comunitária Integrativa e a Constelação Familiar Sistêmica.
As abordagens em Grupo utilizaram os espaços virtuais do whatsapp, facebook, youtube e instagram do Programa Voluntário de Promoção de Saúde Integral, que já atua em parceria online com a Prefeitura de S. C. Cabrália há vários anos. Por conta das demandas dos atendimentos na pandemia, iniciei a realizar abordagens através de listas de transmissão com contatos de moradores cadastrados em Cabrália, divididos entre os temas solicitados, ainda em construção coletiva (Pics em geral, emagrecimento, realização profissional, dor crônica, relacionamentos saudáveis, resiliência, controle da raiva e agressividade, angústia espiritual).
Com relação aos atendimentos presenciais, onde foram pactuados e desenvolvidos Projetos Terapêuticos Singulares (PTS), com a equipe do Nasf e foram acolhidos alguns casos, com sessões terapêuticas sistêmicas.
Relatando um pouco mais a respeito dos métodos adaptativos que utilizamos, buscamos priorizar o uso das redes sociais e outros recursos à distância, que conseguissem abranger os princípios da atenção psicossocial. Os técnicos da estratégia de saúde da família e o atendimento online dos psicólogos conseguiram rastrear e captar muitos dos casos que não conseguiram desenvolver a autonomia da cura com medidas caseiras para a resiliência emocional. Alguns precisaram arriscar-se à atendimentos presenciais na Sala do Nasf, na Clínica de fisioterapia, que foram desenvolvidos uma ou mais vezes por semana, quando solicitado pelo Serviço social, em casos prioritários, ou nas Unidades de Saúde da Rede e nestas circunstâncias, em casos classificados como necessários para desenvolvimento de Projeto Terapêutico Singular, foram introduzidas Pics em associação à abordagem psicológica, como exemplo a Auriculoterapia da Medicina Tradicional Chinesa, Shiatsu, Constelação Familiar Sistêmica e Imposição de Mãos/Reiki presencial ou à distância.
Foram atendidos presencialmente alguns casos encaminhados, acompanhados pelos Psicólogos, Patrícia e Anderson, com sessões terapêuticas. Foram encaminhados alguns casos também pelos médicos e odontólogos, para avaliações sobre sessões de reiki ou constelação sistêmica. Foram atendidos presencialmente alguns casos, que não aderiam ao atendimento com a psicologia. Foram atendidos casos do Programa "Cuidando do Cuidador", onde não foram abertos prontuários, pois os servidores envolvidos desejavam que não houvessem registros.
As sessões terapêuticas sistêmicas presenciais foram executadas para um grupo de pessoas, que nos forneceram o cartão SUS, e receberam acompanhamento diário ou semanal através de rodas sistêmicas no Whats App, tanto do voluntariado do Projeto Social parceiro, quanto grupos criados pela equipe do Nasf, com o propósito de educação popular, incluindo as Pics.
De forma sistêmica, foi expressa profunda gratidão, tanto aos gestores, quanto à todas nossas equipes da rede APS e especialmente pela entrega dos que receberam nossos cuidados, científicos, holísticos e tecnológicos.
RESULTADOS
Do ponto de vista técnico-científico, o ano foi especialmente importante, pois conseguimos expandir ações da monitoria do Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia para a Atenção Básica, adaptando o uso conjunto destas técnicas à novas associações com a abordagem da Psicologia da ACP e da TCC (No Caps, já havíamos integrado as Pics à psicologia transpessoal, à Fisioterapia e ao Serviço Social), assim como à Educação Física. Continuar otimizando a associação das 29 pics cadastradas pelo Ministério com outras abordagens e as intervenções da equipe interdisciplinar, também é uma das metas do Lab-Pics para 2022.
A partir do momento em que foi inaugurada a Clínica de Reabilitação e Fisioterapia, com uma sala para o Nasf, as forças, atenção e energias tanto da Enfermagem e Serviço Social do Nasf/Npics como de alguns voluntários e estudantes da Escola Energético- Sistêmica que foi organizada pela Atenção Básica, estiveram voltadas ao desenvolvimento das atividades do Laboratório Sistêmico de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Lab-Pics). Foram ministradas aulas teóricas online e práticas vivenciais de um curso de reiki, toque terapêutico Sistêmico e integrativo, para profissionais, voluntários e usuários do SUS. Foram formadas classes para estudar e praticar aspectos da abordagem sistêmica, como a comunicação, meditação, práticas corporais e cuidado sistêmico.
Foram alcançados excelentes resultados, como mérito de um belo esforço coletivo e não egóico. Em meio à uma verdadeira "batalha invisível", a um "combate emocional", vivenciado por nossos pacientes, ainda em período pandêmico, conseguimos coletar explêndidos relatos e evoluções bem sucedidas em casos que foram atendidos utilizando Pics através da internet e especialmente em alguns casos, atuando ao lado da Assistente Social e a Psicóloga do NASF e os demais psicólogos, da Policlínica e Caps.
Nossa profunda gratidão,
Diego da Rosa Leal
Enfermeiro e Professor Sistêmico
Laboratório Vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia (Npics/Geppics/UFSB)
Prefeitura de Santa Cruz Cabrália
quarta-feira, março 12, 2014
Re: Resenha Crítica - A Casa dos Mortos
Em 11/03/2014 22:51, "Maria Luíza Costa" <marialuizabcg@gmail.com> escreveu:
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Obrigada, Professor!
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